O setor elétrico está no limite. Os reservatórios do sistema Sudeste-Centro-Oeste, principal mercado do Brasil, estão em baixa. O volume de chuvas é o pior dos últimos 60 anos e a demanda não para de bater recordes. Na segunda-feira, dia 3, o nível de armazenamento das hidrelétricas caiu para 39,21%, igual ao do mesmo dia de 2013. A diferença é que, naquela época, os reservatórios estavam em curva ascendente, acumulando água. Agora, estão em queda.
Para piorar, a velocidade de redução de água nos reservatórios aumentou. Antes, o nível caía algo em torno de 0,2 ponto porcentual ao dia. Agora está em 0,4 ponto. Na Região Sul, que tem enviado mais energia para socorrer o Sudeste, a queda nos reservatórios está em 1 ponto porcentual ao dia.
Segundo um executivo do setor, com o nível baixo das represas, a água esquenta mais rápido e evapora, diminuindo a produtividade da hidrelétrica. Ou seja, para produzir um mesmo megawatt (MW), a usina precisa de mais água, o que reduz o armazenamento do lago. Vira um círculo vicioso.
”A situação não está fácil no setor elétrico. O sistema está carregado, com um consumo maior, mais intercâmbio de energia entre as regiões e menos geração hídrica”, afirma o diretor da comercializadora Comerc, Cristopher Alexander Vlavianos. Segundo ele, o balanço é complicado. Para equalizar a situação, o plano A do governo foi colocar todas as usinas térmicas em funcionamento – medida que está pressionando o caixa das distribuidoras e, em algum momento, vai bater no bolso do consumidor.