terça-feira, 16 de novembro de 2010

Homenagem a Fgome feita por Lucineide Medeiros ontem na missa de 30 dias eterno companheiro









A primeira coisa que fizemos há quase 3 anos na Rádio Caicó, quando se pensou na nova equipe, e foi concretizada, foi responder a um questionário. Pois assim todos os nossos amigos, que entrassem naquele site podiam conhecer um pouquinho de nós. Uma das perguntas feitas era: se não fosse radialista o que seria? Todos, menos F, responderam que teriam uma outra profissão, F perguntado disse: se eu não fosse radialista, seria radialista. Aquele menino que saiu da Barra da espingarda, que aos 8 anos trabalhava para ajudar sua mãe, que criou senso de responsabilidade muito cedo, parecia saber já o que era justo, o que era certo, o que era preciso, mesmo criança.

O tempo passou, as dificuldades sempre estavam presentes, mas a sua vontade de enfrentar era mais forte do que qualquer empecilho que não pudesse fazê-lo entender que tinha uma missão. Ele ainda nem sabia, mas com esse exemplo já mostrava a sua força e raça. Sua mãe contou que ele lavava carros quando criança só para poder ajudá-la. Cresceu certo de que precisava saber a que tinha vindo a este mundo.

Cantou seresta, passou na universidade federal do estado, fazia matemática, quase graduado, resolveu largar tudo para ser radialista.Parece que a primeira vez que colocou sua voz no rádio sentiu que nunca mais poderia deixar de poder cumprir algo que o transformaria como pessoa. E durante mais de 25 anos, na Rádio Seridó, depois na Rural e na nossa rádio Caicó se realizou naquilo que fazia. Por vezes disse que ninguém calaria a sua voz, a não ser que te matassem. Infelizmente isso aconteceu, mas ele estava enganado, pois ele continua ecoando a sua voz, ficou mais firme e mais forte no coração de todos, é como se agora pudéssemos ouví-lo, ainda mais, querendo justiça, bringando pelo certo, buscando vencer os males que destroem o ser humano. Sabendo que realmente muito precisa ser mudado. F conseguiu abrir os olhos daqueles que não enxergavam a realidade de nossa cidade, um preço alto, mas que fez com ele se tornasse um mito. Na história dizem que os deuses existiram, na verdade não sabemos ao certo, e eles se tornaram mitos, ao contrário F a gente sabe que viveu, sofreu, lutou, gritou quando foi preciso, e por isso ele é um mito, um mito vivo em cada um de nós, pois ninguém jamais poderá fazer de forma igual, talvez outros façam, mas ele tinha um jeito só seu, e esse jeito o torna insubistituível e inesquecível. Tudo que ele plantou nos microfones por onde passou, gerou frutos que não podem ser apagados, fez fortalecer a raiz que germinará a outras gerações para que todos entendam o que realmente é importante para se ter a base , e não deixar que as famílias se percam por entre as modernidades que avançam sem controle e fazendo com que os jovens se percam por palavras levianas que os levam a perder a noção do que pode ou não. Essa era uma de suas maiores preocupações: a família, combater os males, defender a paz, por isso estamos aqui todos lutando por ele e por nós, quando ele estava nos microfones lutando por nós e por sua própria família. A multidão, a clamação, a saudade, as ligações todos os dias na rádio, os abraços que recebemos e principalmente a maioria que diz: não acredito ainda que isso aconteceu! Os jornais televisivos e escritos mostraram que ele era importante por sua profissão, causa e luta. Na verdade é difícil para cada um de nós entender esse fato e aceitá-lo, mas certamente Deus tem um tempo e uma missão para cada um. A de F era mostrar que somos capazes de nos unir mesmo na dor e ver o que estava certo e o que é preciso mudar. Seus anos pedindo paz e clamando por justiça não serão apagados, sua credibilidade não será esquecida, seus gritos não serão calados, sua revolta não será suprida, seu desejo de paz nunca será deixado no meio do caminho. Vamos sempre tê-lo como apoio para iniciar um novo dia na esperança de termos mais disciplina naquilo que fazemos, assim como ele tinha. Era incrível a sua vontade de trabalhar, mesmo sendo um profissional de tantos anos, detentor de toda uma história, era o mais simples e disciplinado em seu trabalho. Por onde passou e as amizades que deixou o caracterizam como o melhor,e não por que ele era melhor do que qualquer um, mais principalmente por que era não queria ser melhor do que todos, mas queria mostrar que trabalhando e fazendo a diferença, o seu pepel de jornalista seria reconhecido, como foi, e como será, nunca jamais na história das rádios que estão e das que vierem o nome de FGomes deixará de ser citado, por que ele foi o exemplo para os outros, foi o professor de muitos, e ele não cobrava nada, apenas que como ele fizessem o seu trabalho. e isso deixa marcas,e mais ainda, deixa sonhos ..
É por isso que agora estamos tentando, choramos muito,continuaremos por muito tempo vazios, mas agora buscamos uma força para continuar que tem aquela garra de FGomes. Temos certeza que ele não quer que fiquemos tristes e derrotados, afinal ele era um vencedor, e vencedores lutam, vencedores não se entregam, vencedores levantam mais fortes depois de cada parada brusca, se ele estiver nos ouvindo agora, por que os mistérios entre céu e terra não podem se desvendados, deve estar dizendo é isso mesmo Lucineide, quero coragem, quero determinação, quero luta, quero vitória, quero o desejo de me fazer viver em cada um. Vamos levantem essa bandeira e sigam em frente, pois era assim que era F, também conosco.
E ele estará na sua família, na sua mãe que ele dizia que nunca saíria de perto, que todos os dias ia tomar o cafezinho e tomar a bênção, tinha o maior respeito por ela, por sua fibra, e talvez seja dela que tenha herdado todas as virtudes, viverá no seu irmão Chumbrega, seu companheiro para onde ele fosse, se ele fosse teria que levá-lo também, suas irmãs e sobrinhos que sempre se orgulhava em começar o programa parabenizando-os quando faziam aniversário. Viverá em Esley e Everton, seus filhos que ele tanto se orgulhava de serem gêmeos e unidos, de nunca brigarem, todos os dias cedinho era o primeiro que acordava em casa, e a primeira coisa que fazia as 6 da manhã era chamá-los com carinho e paciência dizendo que estava na hora de irem para escola, e eles queriam dormir mais um pouquinho, e ele tá na hora, vamos, vamos.. Dizendo do seu jeito que os amava a cada amanhacer. Viverá na sua filha Érica que foi sua primogênita, e depois de seu nascimento nunca mais foi o mesmo, ela o fez pai, o fez responsável por uma vida, e seu maior desejo era vê-la formada e seguindo os seus passos cada vez mais firmes, infelizmente ele não estará em presença para dançar a valsa com ela, mas em espiríto sempre estará, e sorrindo, por que quando isso acontecer será a sua própria formatura, e certamente acompanhará ainda mais rígido os seus passos, pois não pensasse Erica por já ter 19 anos podia sair até para um passeio sem sua autorização, na verdade nem era uma obrigação, era um costume , e naquela noite ela pedia ao seu pai para sair, ele deixou e disse filha liga para mim quando chegar só para eu saber que está bem, infelizmente não pode mais ouvir um sim e até amanhá pai, afinal era um pai cauteloso, preocupado, mais também muito ciumento. Não esperem ver relaxamento em sua esposa Eliene, afinal se ela engordasse um quilinho já estava ele pondo ela na balança e dizendo: Oriente-se, cuide-se, F era assim, cuidadoso com os filhos e a esposa, não faziam nada separados, fossem eventos e até exames estavam lá juntos, unidos, uma família que como Érica citou; causava inveja, pois ninguém fica satisfeito de ver que os outros são realmente felizes de verdade. Agora em dezembro estaria se formando em serviço social, ao lado de sua esposa, e isso é outro exemplo que ele deixa para todos seguirem, o exemplo de que temos que valorizar quem amamos. F era um homem especial, vaidoso, gostava de se cuidar, fazia as unhas toda semana, e imagine vocês ouvindo aquele homem sério na rádio que estava todos os dias usando a sua voz para combater os males e erros o quanto era brincalhão. Nunca poderemos esquecer todos os dias em que descia para almoçar e fazia suas graças, não poderemos nunca apagar os nossos passeios, os nossos natais, nossas confraternizaçãoes, o come, come das comemorações na rádio, mas principal não poderemos apagar jamais era a sua forma de nos tratar, como um verdadeiro irmão. Até os conselhos que queria dá e muitas vezes não tinha coragem de dizer simplesmente como medo de magoar, o chá que cobrava de Maria José, depois do café, sua entrada por entres aquelas portas, aquela redação que tem sua cara, as reuniões que descidia com nossa diretora Suerda o que seria melhor para programação. Éramos um time para não perder o jogo, mas quis Deus que ficássemos sem o nosso camisa dez, mas com certeza as outras partidas que serão jogadas ele é quem vai apitar do céu, e como juíz não vamos poder errar, por que convivendo e conhecendo F como era ou ele nos manda pro banco, e de cara, ou nos dá um cartão vermelho, e nos bota em treinamento sem direito a relaxar.
Sentiremos muita saudade, uma saudade que dói, um aperto no coração que não passa, um vazio quando olhamos para aquela mesa e vemos a sua cadeira. Às 11h parece que ele entra conosco liga o seu not book e busca as primeiras notícias.Tudo é muito novo, demoraremos para nos acostumar, talvez isso nunca passe, mas por ele precisamos mostrar que não somos fracos, temos que mostrar que somos capazes de fazê-lo existir naquilo que ele mais queria.
Perdemos muito, mas se ele pode nos ver agora estará orgulhoso de saber que tudo que fez, e se eternizou, valeu muito a pena. Todos o admiravam,amavam, choraram, e choram, ligam dizendo que dói ouvir a voz, outros que aquilo é maravilhoso, cada um do seu jeito, contando por que o queria tanto bem, mas todos a mesma certeza: ele é eterno, e nem essa partida o fará deixar de viver de alguma forma, por que aqueles que amamos sobrevivem pelo que fizeram. E sentimos saudade e choramos por que fomos contemplados em tê-lo perto, em viver ao seu lado,em conhecê-lo, por isso é impossível não sentir saudade do que vivemos.
Depois de sua morte tudo ficou tão claro que o que parecia problema, enxergamos como algo tão pequeno que até percebemos que o que parecia ser difícil, é simples, como pedir desculpas, nos unir, falar a verdade, não deixar para depois.
Então velho amigo, nós da Caicó, Suerda, eu Lucineide, Marcos, Rosivan, Sidney, Juca, Joaquim,Chumbrega,Maria josé, Alcilene,Pinina, Gizelda, Alberto, Eugênia, Berg, outros que passaram, outros que chegaram, os amigos da Seridó, da Rural, da marçonaria, da sua universidade, sua família, seus fãs, seus amigos, especialmente Sérgio e Chico Careca das sopas e farras, Galvão que cobrava almoço para esperar a entrevista, Radí que todos os dias na hora do comando chegava e dizia: e aí Chico a coisa tá boa hoje?Boa era qdo tinha um bolinho, uma bolachinha, Bastinho, Adelçon que frequentemente trazia a manga, a laranja e nos presenteava, e população em geral, cada um de nós tem um pouco de você e juntos transformaremos esse pouco em um muito que jamais poderá ser desfeito, por que você é o real motivo de toda a nossa fortaleza agora.
Descanse em paz
Lucineide Medeiros

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