O número de desabrigados após a chuva de 176mm que caiu, na última segunda, em Jucurutu, município localizado na região Seridó do Estado, cresceu. Já são 429 pessoas que sofrem com os transtornos que chegaram junto com a água.
Ao todo, 135 casas da Vila Santa Izabel e conjunto do Dnocs foram inundadas e as famílias tiveram que deixar suas residências, levando só a roupa do corpo
Após sobrevoar de helicóptero a área alagada, a governadora e sua comitiva formada pelo secretário de Justiça e Cidadania, Thiago Cortez; secretária de Infraestrutura, Kátia Pinto e o secretário de Articulação com os Municípios, Esdras Alves, foram até à sede do Projovem do município onde o prefeito de Jucurutu, Júnior Queiroz e o chefe de serviços do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs), João Guilherme de Souza a aguardavam. No local, também estavam várias pessoas atingidas pelo problema. Durante a conversa, alguns perderam a paciência e o clima ficou tenso. “Não é hora de brigas políticas, nem de confusão. Precisamos unir forças e sermos solidários”, pedia a governadora.
A população e o prefeito Júnior Queiroz criticaram duramente o representante do Dnocs, João Guilherme. Segundo o prefeito, a culpa do alagamento nos bairros da cidade é exclusivamente do Dnocs. “O órgão nunca fez nada pela cidade. Sempre reclamamos, todos os anos, e nada foi feito. O resultado, infelizmente, é esse que estamos vendo”, disse.
De acordo com João Guilherme, o Dnocs já estava fazendo um trabalho de prevenção em Jucurutu, porém, não podia prever a quantidade de água que caiu em uma única chuva. “Estávamos trabalhando na manutenção, mas a chuva repentina atrapalhou o serviço”, disse.
De acordo com a secretária de Infraestrutura do Estado, Kátia Pinto, o conjunto do Dnocs foi construído com verba federal. À época de sua construção, já se sabia que a área era de risco. “Não sei porque motivo o conjunto foi construído naquele local. Todos sabem que a área é problemática e mesmo assim fizeram a obra. Vamos agora estudar um meio de tirar a população de lá”, disse.
O motivo para o alagamento nos bairros de Jucurutu, foi a baixa potência das bombas utilizadas para jogar a água acumulada na área para o leito do rio Piranhas-Açu. No local, existem dois diques construídos pelo Dnocs na mesma época que foi construída a barragem Armando Ribeiro Gonçalves. Os moradores do local alegam que todos os anos, mesmo com poucas chuvas, a área sempre alaga. Com o objetivo de diminuir a quantidade da água acumulada, na noite da última terça, um mergulhador do Corpo dos Bombeiros tentou abrir uma das comportas de um dos diques. A tentativa foi frustrada e apenas a metade de uma das comportas foi aberta. Segundo João Guilherme, uma empresa especializada em reparos de bombas d’água já foi contratada pelo Dnocs e o problema será solucionado ainda essa semana. “A empresa já está a caminho de Tangará e o problema será resolvido o mais rápido possível”.
O diretor geral do Dnocs, Elias Fernandes, nega que a responsabilidade pela inundação em Jucurutu seja responsabilidade da instituição que comanda. Para o ex-deputado estadual, não havia como evitar o alagamento.
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