Uma pesquisa aponta que o vírus da dengue pode tornar os mosquitos ainda mais sedentos por sangue humano.
Cientistas da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, nos EUA, descobriram que o vírus alteraria a produção de proteínas, codificadas por 147 genes diferentes do mosquito.
Algumas dessas mudanças parecem ter tornado as antenas dos mosquitos mais sensíveis a odores, o que ampliaria a eficiência dos insetos em "caçar" humanos, o único hospedeiro mamífero do vírus. Outras alterações nos genes das glândulas salivares também tornariam mais fácil para o vírus entrar na saliva do mosquito e ficar pronto para ser injetado na corrente sanguínea quando o inseto pica uma pessoa.
Os testes foram feitos com um chip de DNA. Pedacinhos do DNA do Aedes aegypti foram colocados em uma placa de vidro, onde os cientistas verificaram quais genes do mosquito estavam ativos. Mas, quando os pesquisadores tentaram replicar o resultado em mosquitos vivos, não conseguiram provar que os insetos estavam com mais fome.
"Já que não podemos infectar humanos para nossos experimentos, achamos que é um problema com o modelo", diz George Dimopoulos, autor principal do novo estudo.
No modelo do laboratório, mosquitos beberam sangue infectado de uma membrana e tiveram camundongos a disposição para picar. "Mosquitos se alimentam de outros animais se estiverem com fome, mas eles não são um de seus pratos favoritos", disse Dimopoulos.
Quase 100 milhões de pessoas são infectados com dengue todos os anos. Cerca de 15 mil morrem por causa da doença anualmente, e a maioria são crianças, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Não há vacina ou cura.
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